"Francisco Bernardes Lage - O MAESTROConheci o maestro Francisco Bernardes Lage na década de 1990, quando era Prefeito da cidade-presépio Conceição do Rio Verde, encravada entres vertentes e dobras da Cordilheira da Mantiqueira. Na época fui designado pela então Juíza Zilda Murad para realizar perícia em documentos da administração de um ex-prefeito, atendendo ao rito de uma “ação popular”, proposta por um coletivo local.Na oportunidade conheci o prefeito em exercício, pessoa afável, sorridente e muito prestativa que forneceu a documentação necessária para a realização do trabalho de auxílio ao judiciário. Tratava-se do Sr. Francisco Bernardes Lage.Só vim a reencontrá-lo anos mais tarde, em 2005, quando fui trabalhar na Prefeitura de São Sebastião do Rio Verde e na de Virginia; foi nesses misteres que a convivência se estreitou em razão dos deveres de ofício, quando passei a conhece-lo como como profissional sumamente técnico, competente e senhor de uma postura ética de impressionar – o observava com meus arremedos de psicologia e reconheci-o um gigante em inteligência, competência e honestidade no trabalho, como se tivesse por lema “orientar para evitar erros – uma assessoria preventiva”, o que é fundamental para assessorar a administração pública.O “meu Santo” bateu de primeira com o dele, porque isso era também o meu lema: “advocacia preventiva!”.A convivência selou forte amizade, pautada no respeito e admiração mútua. E, acabei conhecendo sua bela família, filhos e estimada esposa Adelaide.Trabalhamos em outras prefeituras desta nossa região mágica das terras sagradas da Mantiqueira, cuja mitologia surgente diz que Conceição do Rio Verde é a 6º cidade esotérica de onde emanam vibrações espirituais para o mundo, e cujo representante místico é o Buda Vivo Francisco José Brasil de Souza – um ser mítico que habita uma cidade subterrânea sob Conceição do Rio Verde.Assim como o mito, meu amigo também se chama Francisco, como também chamava o poverello de Assis, que foi o criador do “presépio” como método pedagógico para evangelizar as crianças; e, nossa querida Conceição do Rio Verde é um presépio esparramado no seio da Mantiqueira e terras dos Franciscos.Só mais tarde, muitos, muitos anos depois fui saber, e assistir, o dileto amigo como Maestro da Corporação Musical Imaculada Conceição. Assisti-o regendo na Basílica Menor Conceição do Rio Verde, assim elevada pelo Papa São Paulo VI; foi quando entendi a sua forte personalidade, o caráter de escol e a fina sensibilidade das almas venturosas: a harmonia da música moldava sua aura, tornando-o pessoa simpática, agradável de empatia instantânea, porque saibamos ou não, queiramos ou não, há melodia em cada um de nós.Meu amigo partiu para os paramos etéreos muito cedo e jovem - antes do combinado colocou a assinatura em sua obra, desvestiu-se da personalidade e projetou-se para o mundo espiritual, de onde, contam os anais do Povo Encantado, já retornou à terra em nova missão, com nova roupagem e elevada luminosidade.Fica no peito a saudade e as recordações como memórias boas construídas juntos.- Meu amigo Francisco, viajor no tempo, havemos de encontrar-nos numa outra dessas quadras da eternidade, para novas tertúlias e novamente desfrutarmos do abraço fraterno; não tenho lágrimas para ti, mas a imensa alegria de sabe-lo renovado e continuando teu peregrinar espiritual e material com tua rica bagagem de viajante do tempo.- Chico Lage: o conheci como Aquele que trazia em seu íntimo - Deus, que é Luz Interior! Com o Amigo compreendi o salmo que diz: “Deus só ouve quem lhe fala por música!” Alcyr Jesus Monteiro de Souza(aos 24 de abril do outono de 2025)"